Desde o momento que vi Paranormal Night Shift, algo nele me chamou a atenção. Porem não conseguia dizer o que era. Ele é um jogo onde você basicamente assiste câmeras em uma casa, tentando encontrar anomalias. Simples, Mas foi exatamente essa simplicidade que me fez ficar interessado.
É fácil subestimar Paranormal Night Shift à primeira vista. Ele parece apenas mais um jogo genérico inspirado em FNAF. Mas, após algum tempo de jogo, posso dizer, ele entrega uma experiência perturbadora que, mesmo sem monstros correndo na tela, consegue te deixar assustado de uma forma quase única.
O peso do cotidiano corrompido
O jogo é simples. Você e seu parceiro Gary são contratados para monitorar as câmeras de segurança de uma casa no norte de Londres. Os moradores estão sendo atormentados por fenômenos inexplicáveis, barulhos no meio da noite, objetos se movendo sozinhos, luzes piscando, e até aparições.
Seu trabalho? Assistir às câmeras e reportar as atividades. Só isso. O jogo te coloca sentado na frente de uma câmera de vigilância e te dá o controle para alternar entre diferentes cômodos da casa: sala de estar, banheiro, quintal, quarto das crianças e cozinha. Em cada um desses ambientes, as anomalias podem ocorrer. O seu papel é notar o que está diferente e reportar para seu colega.
Parece fácil, até que você percebe que até as menores coisas podem te fazer fracassar. Uma cadeira que virou de posição. Um quadro que agora tem outro rosto. Um brinquedo que ligou sozinho. Uma banheira que, de repente, está cheia de sangue. Um vulto parado no canto da sala. Algo te encarando. Quando estava jogando, acabei me assustando diversas vezes durante a jogatina, a atenção em não fracassar pode as vezes levar ao susto.

Simples na superfície, complexo na execução
Em termos de mecânica, o jogo é relativamente simples, precisamos alternar entre câmeras e reportar anomalias. Mas a forma como isso é feito torna Paranormal Night Shift mais divertida do que parece. Existem diferentes tipos de eventos, indo de eventos visuais, sonoros, á até espirituais. Isso te obriga a não só ver o que mudou, mas entender muitas vezes por áudio, onde aquilo se manifesta.
E é aqui que entra o grande diferencial, a atenção ao detalhe. O jogo testa sua memória visual constantemente. Ele nunca te avisa o que está errado, você precisa saber. Lembrava que havia uma planta naquele canto? Sempre teve esse espelho na parede? A cortina tinha essa cor? As mudanças são poucas, e muitas vezes quase imperceptíveis, e isso torna tudo mais tenso. Não reportar a tempo pode significar o fim da sua vida.
Outro ponto interessante é a presença de eventos mais agressivos. Nem tudo acontece de forma sutil. Algumas vezes me deparei, com cabeças e pés humanos jogados pelo chão e espalhados pelas mobílias, ou até mesmo aparições fantasmagóricas que parecem te ver de volta. E isso muda completamente a sensação de segurança. Mesmo sentado diante de uma tela, o jogo consegue te fazer sentir um pouco vulnerável.
Ajuda Externa
Durante as missões, você está em contato constante com seu parceiro, Gary. Embora ele não apareça visualmente, suas falas por rádio dão um toque humano à experiência. Ele comenta sobre o que está vendo e às vezes demonstra medo genuíno, falando que tem algo errado naquele lugar. É um recurso simples, mas eficaz. Gary nunca rouba a cena, mas ajuda a reforçar a tensão, criando a sensação de que você não está completamente sozinho, mas também não está totalmente seguro.

Visual e trilha sonora
O visual do jogo é simples, mas funcional. Relembrando a imagens de câmeras de segurança, com boa resolução porem pouca iluminação, criando um clima de suspense. Os ambientes são comuns, cômodos de uma casa, mas a forma como são apresentados, com ângulos fixos e sombras pesadas criadas pela iluminação ambiente, cria uma sensação constante de estranheza. Não há grande variedade visual, mas cada mudança sutil nas câmeras é o suficiente para gerar tensão. A simplicidade nos seus gráficos contribui diretamente para a atmosfera que o jogo propõe.
Por outro lado o som é um dos principais elementos responsáveis pela imersão e tensão do jogo. A ausência de música durante a maior parte da partida gera um silêncio desconfortável, onde cada ruído ambiental ganha importância. Sons sutis como chiados, objetos caindo, portas batendo e mudanças repentinas de volume alertam o jogador de que algo está errado. Quando uma anomalia acontece, pode ser possível ouvir um som, com efeitos altos, distorcidos e muitas vezes agudos, que causam desconforto. O design sonoro faz com que fiquemos o tempo todo em alerta, antecipando sustos mesmo quando nada está acontecendo visualmente.
Desempenho
Testamos o jogo em um setup com Intel i5 14400F, RTX 4060 Ti e 32 GB de RAM, Paranormal Night Shift rodou de forma lisa, em 60 FPS estável, com tudo no máximo.
Repetição que vicia
Cada partida de Paranormal Night Shift é curta durando cerca de 10 a 15 minutos, mas o jogo te incentiva a continuar. As anomalias nunca são as mesmas, e você acaba querendo jogar só mais uma vez, para ver se consegue detectar todas. É um tipo de gameplay que entra na sua mente, como um puzzle misturado com elementos de terror.
Não é um jogo para todo mundo. Se você busca ação ou combate, vai se frustrar. Mas se você gosta de experiências onde é necessário prestar atenção aos detalhes e de sentir aquele friozinho na espinha enquanto analisa um cômodo aparentemente normal, esse jogo vai te surpreender.

O horror do ordinário
Paranormal Night Shift é uma experiência de terror minimalista, mas extremamente eficaz. Possuindo mecânicas simples, mas bem executadas, e uma atmosfera carregada, o jogo entrega exatamente o que se propõe, uma experiência tensa e misteriosa.
Paranormal Shift Simulator já está disponível para PC.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
Paranormal Night Shift é uma experiência de terror minimalista, mas muito divertida. Possuindo mecânicas simples, mas bem executadas, e uma atmosfera carregada, o jogo entrega exatamente o que se propõe, porem não entrega muitos sustos, sendo a maior parte ocasionada pela atenção necessária ao jogo.