Um ladrão em busca de sangue amaldiçoado. Desenvolvido e publicado pela Blargis, Bloodthief é um jogo de plataforma onde a movimentação é rápida, intensa e cheia de parkour. O combate exige precisão, reflexo e leitura do cenário, já que os cavaleiros amaldiçoados não dão trégua e aparecem constantemente para atrapalhar a jornada do protagonista.
O reino tomado pelas trevas
Bloodthief apresenta uma narrativa simples, mas que funciona exatamente para o que se propõe. Diferente de jogos que tentam forçar uma trama complexa, aqui a história serve como pano de fundo para justificar a aventura e, ao mesmo tempo, dar mais peso ao mundo. O foco maior está, sem dúvida, na gameplay, mas o enredo ajuda a criar o clima certo para a jornada.
Logo no início, o jogador descobre que, durante a noite, o reino foi tomado por cavaleiros amaldiçoados. Essas criaturas passam a vagar sem controle, trazendo o caos. O rei, que deveria proteger o povo, se gaba de estar em segurança dentro de seu castelo, deixando todos à própria sorte. É nesse momento que surge o protagonista, conhecido apenas como Vampiro, que decide caçar o rei e acabar com a farsa.
A introdução é feita de forma direta, apenas com algumas frases exibidas na tela, o que reforça a proposta minimalista do jogo. Porém, para quem quiser se aprofundar, os artefatos espalhados pelo cenário trazem informações adicionais sobre o mundo.
O aprendizado pela prática
A gameplay de Bloodthief é rápida, desafiadora e até punitiva em alguns momentos. É fácil se frustrar ao errar um comando mesmo quando parece que o input foi certo. Cada movimento precisa ser pensado, porque qualquer distração pode significar morte e, consequentemente, voltar para o último checkpoint.
O design claramente busca atender jogadores que gostam de um bom desafio. A sensação lembra títulos como Ultrakill, mas com um tempero medieval. O incentivo ao speedrun é claro: a movimentação é fluida e o sistema recompensa quem aprende a dominar as mecânicas, criando rotas cada vez mais rápidas.
Arsenal e sistema de sangue
O Vampiro conta com um arsenal variado de armas, mas não de forma gratuita. Para desbloqueá-las, é necessário encontrar artefatos escondidos pelo mundo. Cada arma tem vantagens e desvantagens baseadas em quatro status principais:
Velocidade
Sangue inicial
Controle no ar
Extração de sangue
Esse sistema faz com que o jogador experimente diferentes combinações, adaptando-se ao seu estilo. Uma arma pode ser ótima em velocidade, mas fraca em extração de sangue, enquanto outra favorece mais sobrevivência, sacrificando mobilidade.
As habilidades especiais do protagonista estão ligadas ao sangue. Esse recurso pode ser obtido ao derrotar inimigos ou coletar poções espalhadas pelo cenário. Entretanto, ele se esgota com o uso, exigindo gerenciamento constante. Esse detalhe cria uma camada extra de preocupação, já que usar habilidades de forma irresponsável pode deixar o jogador vulnerável nos piores momentos.
Parkour e movimentação
Um dos pontos mais fortes é o parkour. O jogo oferece sistemas bem polidos de corrida em paredes, pulos encadeados e deslizes. O detalhe engraçado é que, ao correr nas paredes, o personagem começa a escorregar de uma forma que lembra alguém tentando andar em sabonete, algo que chega a ser cômico, mas que também pode ser frustrante em situações tensas.
O slide é outra mecânica essencial. Ele não só aumenta a velocidade como também pode ser combinado com pulos para ganhar ainda mais impulso. Quando bem utilizado, o slide transforma a movimentação em algo mais fluido, acelerando o ritmo.
Esse conjunto de mecânicas cria um jogo que recompensa a prática. Quanto mais se joga, mais natural fica aproveitar cada detalhe, transformando a frustração inicial em puro alívio por ter passado.
O charme retrô de Bloodthief
Visualmente, Bloodthief carrega um charme retrô. Os gráficos lembram jogos de PS1 e PS2, mas com uma qualidade superior e mais refinada. É como se pegassem a estética da época e aplicassem filtros modernos, resultando em um estilo nostálgico, mas ainda agradável para os padrões atuais.
Em termos de áudio, o jogo também acerta. As músicas são rápidas, reforçando o ritmo acelerado da gameplay. É o tipo de trilha que não rouba a cena, mas mantém o foco na ação, incentivando a não parar.
Estabilidade que reforça a precisão
O jogo é realmente leve além de não perceber algum bug durante a minha gameplay, rodei o jogo a 200 FPS na seguinte configuração:
- Intel Core i5 12400f
- 16 GB RAM
- RTX 3060
Requisitos do jogo:
- Intel Core i5
- 8 GB RAM
- Geforce 700
Um jogo que sabe o que é
Bloodthief não é um jogo para todos. Sua proposta é clara: entregar um desafio rápido, intenso e, em muitos momentos, punitivo. Para quem gosta de precisão, de superar obstáculos complexos e de sentir a adrenalina de errar e tentar de novo, ele é um prato cheio. Já para quem prefere experiências mais tranquilas, pode acabar se frustrando demais.
Mas é justamente nessa divisão que o jogo encontra sua força. Ele sabe o que quer ser e entrega isso sem enrolação: uma mistura de parkour frenético, combate rápido e sistema de progressão baseado em sangue e armas. A história, mesmo simples, funciona como pano de fundo eficiente, enquanto a estética retrô garante carisma extra.
No fim, Bloodthief é um título que conquista pela sua essência. Ele não tenta ser grandioso em narrativa, mas é bom em gameplay. Para os fãs de desafios, speedruns e jogos que exigem habilidade real, vale a pena dar uma chance a esse mundo amaldiçoado e ver até onde sua sede de sangue pode levá-lo.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
Bloodthief é um jogo bem frenético e que incentiva a exploração de técnicas mesmo em certos ponto não parecer se prolongar tanto para replay, mas ainda sim, tem incentivos bons além de ser bem dinâmico, então é uma boa pedida para quem busca desafios dinâmicos.