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Review | Hotel Barcelona (PC)

Um massacre e uma maldição assolam o hotel. Desenvolvido pela White Owls Inc. e publicado pela CULT Games, Hotel Barcelona é um hack and slash roguelike onde a protagonista é possuída por um assassino cruel e está presa em um ciclo de mortes e renascimentos dentro do misterioso Hotel Barcelona.

O ciclo de mortes e renascimentos

A narrativa é apresentada logo após a primeira morte do jogador ao iniciar o jogo, até porque há uma gameplay imediata antes de qualquer explicação. Assim que morre, Marshal, a protagonista, acorda em uma cama do hotel. Em meio à confusão, surge um personagem estranho para conversar com ela: Dr. Carnival, um assassino que aparece no reflexo do espelho ou em sua mente, ele também questiona se Marshal esqueceu o objetivo e afirma ter feito um pacto com o pai dela, mas evita dar detalhes, deixando o mistério em aberto.

Com o desenrolar dos eventos, Marshal presencia a carnificina que toma conta do hotel e, inevitavelmente, morre mais vezes. É nesse ponto que Dr. Carnival revela a verdade: ela está presa em um loop temporal, resultado de uma maldição lançada por uma bruxa. A cada morte, Marshal retorna, revivendo o tormento e sendo obrigada a enfrentar novamente os horrores do hotel. A única forma de romper esse ciclo é derrotando a bruxa, o que estabelece o objetivo central da jornada.

Embora simples, a narrativa é eficaz. Ela não se alonga em explicações desnecessárias, preferindo soltar informações aos poucos, em diálogos interessantes e muitas vezes enigmáticos. Esses momentos mantêm a atenção do jogador e criam uma atmosfera de mistério, sem deixar de lado o clima sombrio e estranho que permeia o jogo.

A cadência diferente do hack and slash

A gameplay de Hotel Barcelona é fácil de compreender, mas exige disciplina para dominar. O jogo oferece ataques fracos e fortes, além do uso da pistola para combate à distância, cuja munição se recarrega automaticamente com o tempo. À primeira vista, o sistema parece direto, mas o ritmo mais lento em comparação a outros hack and slash pode surpreender, principalmente para quem está mais acostumado com jogos como.

O combate é peculiar: enquanto outros jogos do gênero tendem a ser frenéticos, aqui a movimentação é mais contida, exigindo paciência e precisão. Esse ritmo mais cadenciado, porém, traz alguns problemas. A velocidade nem sempre acompanha as necessidades da batalha, e os comandos podem falhar em momentos cruciais. Como Marshal não pode cancelar ataques após iniciá-los, um erro simples pode custar a vida.

Os inimigos oferecem desafios variados. No início, parecem estar no mesmo nível que a protagonista, mas logo surgem adversários mais fortes, com padrões de ataque que se tornam cada vez mais complexos. Em algumas situações, esses padrões mudam no meio da luta, adicionando golpes extras ou acelerando de forma repentina, geralmente quando a vida da protagonista está baixa. Essa imprevisibilidade mantém os combates intensos e obriga o jogador a se adaptar constantemente.

O arsenal não é extenso, mas cada arma ou equipamento exige materiais específicos para ser criado. Isso estimula o jogador a explorar e enfrentar inimigos em busca de recursos como ossos, dentes, orelhas e dinheiro. Embora a variedade de estilos de combate não seja tão ampla, existe certa liberdade para adaptar Marshal ao gosto de cada jogador. Os equipamentos são adquiridos com a ajuda de uma NPC presente no hotel, que cumpre o papel de suporte entre as incursões.

Tentativa após tentativa

Como roguelike, a rejogabilidade é um dos pilares de Hotel Barcelona por mais que não seja dos melhores. O loop da maldição obriga o jogador a revisitar cenários e enfrentar inimigos repetidas vezes, ainda sim parece não ser um sustento tão bom inicialmente, mas melhorando com o tempo, até que as habilidades estejam melhor desenvolvidas, mas ainda sim, servindo para manter até o final do jogo no máximo.

Modelos simples, mas eficazes

No quesito visual, Hotel Barcelona apresenta um trabalho interessante. Os diálogos contam com artes muito bem desenhadas dos personagens, o que torna as interações mais imersivas. Os modelos 3D, embora simples, se encaixam bem na proposta e ajudam a sustentar a atmosfera. Já as cutscenes animadas se destacam por lembrar o estilo de Persona, mas reinterpretadas de maneira própria, com identidade clara e bem construída.

O áudio, por outro lado, é mais irregular. Os sons do menu trazem uma nostalgia que remete ao PlayStation 2, enquanto os efeitos de golpes e interações, apesar de funcionais, não se destacam. O ponto alto está na trilha sonora, que sustenta a ação com músicas dinâmicas para a velocidade do jogo. As composições são variadas e acompanham bem as batalhas, sendo capazes de elevar a experiência de certo modo. Sem dúvida, esse é o aspecto mais marcante do áudio.

Sem grandes falhas técnicas

O jogo rodou bem, mas ainda sim com alguns travamentos raros, mas nada que atrapalhe o desempenho geral na maior parte dos casos, rodei o jogo em média de 75 fps na seguinte configuração:

  • Intel Core i5 12400f
  • 16GB RAM
  • RTX 3060

O jogo tem os seguintes requisitos:

  • Intel Core i7
  • 16GB RAM
  • GEFORCE RTX 2070, Radeon RX 5700 XT

O hotel que não deixa escapar

Hotel Barcelona não entrega uma experiência única dentro do gênero hack and slash roguelike. Sua história, apesar de simples, é interessante e conduzida por personagens interessantes, como o Dr. Carnival. A gameplay, mesmo com ritmo mais lento e comandos que às vezes frustram, consegue oferecer combates intensos e punitivos, mantendo a tensão constante.

O visual, embora não seja de ponta, cumpre sua função, com artes belíssimas nos diálogos e cutscenes bonitas também. A trilha sonora, por sua vez, é o ponto alto do áudio, garantindo energia e um certo impacto durante as batalhas.

Com rejogabilidade um tanto mediana, desempenho estável e sem aparição contante de bugs , o jogo consegue se destacar um pouco. Não é perfeito e pode dividir opiniões devido à cadência do combate, mas oferece algo para quem aprecia o gênero e gosta de desafios baseados em repetição e superação.

Em resumo, Hotel Barcelona é um título que mistura mistério, violência e estratégia em um ciclo de morte e renascimento, que tenta prender até o último confronto com a bruxa que mantém viva a maldição do hotel.

NOTA

6.0
★★★★★★★★★★

CONSIDERAÇÕES

Hotel Barcelona não é um jogo que se destaca, mas ainda sim pode deixar que estiver jogando por um tempo querendo avançar até o fim, tentando superar certas dificuldades que se encontra.

Victor Schumacher
Victor Schumacher
Adoro jogos de todos os tipos, sempre tentando ter as experiências mais variadas possíveis.
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