Desde pequeno, sempre fui fascinado por tudo que está além da nossa atmosfera. O espaço, suas infinitas possibilidades e aquele mistério silencioso sempre me encantaram. É por isso que jogos ambientados no cosmos têm um lugar especial na minha lista de favoritos — especialmente aqueles que me dão liberdade para explorar, construir ou simplesmente experimentar o desconhecido. Foi nessa busca por algo novo que encontrei Curiosmos — um projeto ainda em desenvolvimento, com uma demo curta, mas que carrega uma ideia simples e ao mesmo tempo poderosa: cuidar de um sistema solar.
Na primeira vez que abri o jogo, confesso que não esperava tanto. Mas bastaram alguns minutos para me surpreender. Curiosmos é relaxante, bonito, e, acima de tudo, uma experiência que me fez sorrir genuinamente.
Um pequeno grande começo
A história de Curiosmos é, no mínimo, peculiar. Acredito até que ela ainda nem exista de forma concreta — ou, se existe, está escondida nas entrelinhas. O que temos por enquanto são diálogos enigmáticos com estrelas e corpos celestes, literalmente como “tutorial”. E talvez essa seja justamente a proposta da demo: despertar nossa curiosidade para o que ainda está por vir.
Apesar disso, existe sim uma certa narrativa conduzida por diálogos breves e interações sutis. Me vi assumindo o papel de uma entidade capaz de moldar seu próprio sistema solar, quase como uma força criadora com liberdade para experimentar.
Durante essa curta jornada, encontrei personagens cósmicos carismáticos como o SOL, e claro, o simpático Curio — uma espécie de satélite vivo, curioso e companheiro. Ele não fala, mas se comunica com movimentos e ações, cumprindo seu papel de guia e ajudante. Aos poucos, fui criando um vínculo com aquele pequeno ser flutuante. Era como se estivéssemos juntos desbravando um universo desconhecido, em silêncio, mas em sintonia.
Jogar meteoros é mais divertido do que parece
A demo de Curiosmos nos coloca de cara com uma das ideias mais interessantes que já vi em jogos do gênero: a construção de planetas a partir da colisão de rochas espaciais. Pode parecer simples, mas o ato de jogar pequenos fragmentos em uma rocha maior e vê-la crescer foi mais divertido do que eu poderia imaginar.
E aí vem o detalhe que me fisgou de vez: será que dá pra fazer uma pedra orbitar a outra?
Testei. Joguei com força, errei a mira, tentei de novo… e sim, consegui! Consegui colocar uma pequena rocha em órbita da maior, e isso me deixou animado de verdade. Foi nesse momento que percebi o quanto o jogo respeita a física, e o quanto ele estimula a nossa curiosidade com pequenas descobertas.
Com o tempo, fui jogando mais e mais fragmentos até formar um planeta. E então, algo ainda mais mágico aconteceu.
Chuva no espaço
Depois de formar o meu planeta, descobri que era possível coletar água de asteroides com a ajuda do Curio. Isso por si só já seria legal, mas o jogo vai além: podemos lançar essa água no planeta, criando nuvens — e, com isso, chuva.
Sim, você literalmente joga água com força em um planeta recém-formado para criar o ciclo da chuva. É tão absurdo quanto genial. E o mais interessante: a água não fica parada. Se você errar a força ou o ângulo, ela pode sair da órbita. Isso me forçou a tentar várias vezes até acertar a dinâmica. Quando consegui ver as primeiras gotinhas caindo e as nuvens se multiplicando, me senti orgulhoso.
Esses momentos me lembraram o motivo pelo qual gosto tanto de jogos assim: a sensação de descoberta, mesmo nas pequenas coisas.
Um visual que aquece o coração
À primeira vista, Curiosmos pode parecer um jogo infantil e até acredito que realmente seja. Seu estilo visual é bem cartunesco, com cores suaves e formas arredondadas. Mas logo entendi que isso não é uma limitação — é uma escolha de identidade. E funciona muito bem.
A beleza de Curiosmos está na sua simplicidade. Ele não tenta ser realista, mas é coerente com a proposta que apresenta. Ver os planetas se formando, as órbitas acontecendo naturalmente e as nuvens crescendo sobre o solo me fez esquecer completamente que eu estava numa demo curta. Estava imerso, e satisfeito. A trilha sonora acompanha esse clima de tranquilidade.
Um pequeno passo para o jogador, um salto para a imaginação
Quando a demo chegou ao fim, fui surpreendido por um buraco negro. Sim, um buraco negro como vilão, do nada. Foi a melhor forma possível de terminar aquele breve contato com o jogo, porque me deixou com aquela sensação de urgência: “eu preciso de mais”.
Curiosmos não é só promissor — ele já é divertido, cativante e inteligente. Consegue ser relaxante e educativo ao mesmo tempo, e me fez pensar no espaço de uma forma que eu nunca tinha pensado antes: não como algo vazio, mas como algo que eu posso preencher com vida.
Talvez o maior trunfo de Curiosmos seja esse: ele desperta a criança curiosa que existe dentro de cada um de nós. E por isso, mesmo que ainda esteja só começando, já merece toda a atenção.