Se fosse para escolher uma palavra para definir este jogo, seria “Receio”. DEADCAM | ANALOG.SURVIVAL.HORROR é um jogo de terror, exploração e ação em acesso antecipado desenvolvido e publicado pela Joure Visser. DEADCAM é inspirado no terror das gravações found-footage dos anos 80-90 e que é separado em fitas, que no momento desta review, é apenas uma, mas com o tempo será adicionado novas fitas para se aventurar no terror do jogo.
Introdução Inicial
O jogo se inicia em um colégio feminino abandonado durante a noite, então ao avançar vamos ouvindo uma voz que nos guia por um certo caminho, a voz de uma das estudantes que morreu no local, que logo descobrimos ser Hitomi, então ela continua a nos guiar pelo colégio escuro, com corpos de outras estudantes espalhados pelo chão até chegarmos ao telhado e ver uma katana. Seguimos até uma sala com uma chave no meio para então descobrirmos através de Hitomi, que somos um ex-professor deste colégio e que por algum motivo, quer nos matar, e o jogo realmente começa após um combate que tem logo em sequência. DEADCAM tem uma introdução até que interessante, mostrando bem certas partes do mapa, dando um contexto que a Hitomi tem algo pessoal contra o protagonista da história, precisando sobreviver a aparição de estudantes mortas enquanto busca uma forma de avançar no jogo.
Uma Ambientação de dar Calafrios
A ambientação pode ser dizer que foi feita de maneira correta, realmente parecendo um found-footage, um ambiente escuro sendo necessário e quase que obrigatório jogar com a lanterna acessa para poder ver algo. Você consegue sentir bem a sensação de local abandonado e que algo de ruim está para acontecer com você, até por que vai acontecer algo, você só não sabe quando, deixando uma incerteza na hora de agir certas vezes mesmo tendo a katana para se defender, com a combinação de sons ambientes desconfortáveis e uma trilha sonora que ajuda a deixar o jogador mais nervoso com o local. Mas isso é até você acabar encontrando as outras armas, fazendo com que você acabe agindo de maneira mais confiante, principalmente quando você consegue dominar o uso da katana…ou quase.
O Terror tem 3 faces
Falando agora sobre os inimigos, bem, são 3 inimigos diferentes na primeira fita inteira, sendo uma garota fantasma atacando com as mãos que é o inimigo mais comum do jogo, aparecendo aleatoriamente em algumas salas e corredores, tendo um indicativo de sua aparição uma respiração alta e alguns passos, só que às vezes elas só aparecem te batendo, principalmente em combate, sem indicativos.
Tem uma garota fantasma atacando com uma katana, tendo mais vida e dano que a outra, além de não ter a respiração como indicativo, quando ela aparece, ela só vai te atacar, sem chance de ela ficar parada no canto dela que nem a outra e que o único indicativo de ela ter aparecido é você ouvir passos dela correndo atrás de você, geralmente estando acompanhada.
E por fim, um samurai fantasma como chefe mais para o final, mas que não é obrigatório enfrentar para zerar o jogo, o que é um agradecimento, até porque o tanto de vida que esse inimigo tem não é brincadeira, até por que gastei todas as minhas munições da espingarda e todo o combustível da serra-elétrica, que por sinal, é a arma mais forte do jogo.
Um Gameplay Um Tanto Curiosa
Agora em relação ao combate, não é o ponto forte definitivamente. Por mais que ele acabe funcionando e sendo legal em boa parte do tempo até, quando eu atacava um inimigo parecia que ele só ignorava meu golpe às vezes e me atacava junto, fazendo com que fosse algo bem estranho, principalmente com a lanterna piscando durante o combate deixando impossível de se ver o fantasma na minha frente, a menos claro, se eu estivesse em uma área com iluminação, mesmo que mais fraca. Agora voltando para parte que os inimigos aparecem aleatoriamente, não é algo muito agradável você estar batendo em um inimigo e quando ele está meio desnorteado pelo seu golpe você sentir uma batida atrás e ao se virar ver mais dois inimigos te batendo, até por que a aparição deles é aleatória até no combate, fazendo com que em alguns momentos seja difícil escapar com vida sem pelo menos 2 kits médicos, mas no geral, quando fica esperando isso, fica mais fácil lidar.
Tem alguns bugs que percebi durante a gameplay, que não atrapalharam, mas sim, ajudaram a facilitar mais certos encontros. Eu percebi alguns inimigos se aproximando de mim enquanto eu estava meio perdido em uma parte do jogo, então me escondi dentro de uma sala que de nada adiantou, até porque os inimigos sabem onde você está, mas de qualquer jeito, percebi que algumas partes do cabelo atravessavam a porta, então ataquei o inimigo, resumo, matei todos do outro lado da porta, também funciona com paredes. Agora uma coisa interessante, isso funciona com as armas de fogo também, mas você precisa ficar grudado contra a porta ou parede.
Um outro bug que pode acabar atrapalhando a imersão, mas ajudando na progressão é que alguns objetos podem aparecer em sua tela, mesmo sem saber o que é, aparece um contorno em volta do item mostrando exatamente onde está.
Afinal, Vale A Pena?
DEADCAM é uma experiência de analog horror com uma proposta interessante e atmosfera interessante. Ele entrega bem o clima found-footage mantendo o jogador em constante tensão. Apesar das falhas no combate e de alguns bugs que comprometem a imersão, o jogo tem potencial de melhora especialmente considerando que está em acesso antecipado e ainda tem alguns bugs para arrumar. Se as futuras fitas mantiverem ou expandirem a qualidade da ambientação e da narrativa de analog horror, DEADCAM pode se tornar um título memorável no gênero de horror independente.
Vale a pena ficar de olho para as futuras fitas.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
DEAD CAM é jogo de terror realmente interessante pela sua ambientação e tensão causada, mas devido alguns bugs e alguns outros problemas de gameplay, pode acabar tirando sua imersão e medo, fazendo com que seja uma experiência bem mediana. Apesar de tudo, ainda tem um potencial de ser um bom jogo de terror futuramente.