Quando soube que mais um jogo de Demon Slayer estava a caminho, fique animado na hora. Havia terminado o primeiro título recentemente, ainda com aquele gostinho de “quero mais”. O primeiro jogo já havia capturado com perfeição o anime, e a ideia de continuar nessa jornada, controlando novamente Tanjiro e seus amigos, era muito boa. Posso afirmar sem sombra de dúvidas, essa sequência não fica atrás de seu antecessor. Pelo contrário, ela mantém tudo o que funcionou até agora e consegue refinar ainda mais seus melhores pontos, oferecendo uma experiência mais polida, intensa e visualmente impactante.
Para onde iremos
A narrativa começa exatamente depois do final do primeiro jogo, nos eventos do Arco do Trem Infinito, retomando a história sem nenhuma enrolação. A campanha do jogo cobre dois grandes arcos da obra original:
Arco do Distrito do Entretenimento onde Tanjiro, Inosuke, Zenitsu e o Hashira do Som, Tengen Uzui, são enviados para investigar um caso de desaparecimento. As três esposas de Uzui desapareceram durante uma missão de espionagem no Distrito do Entretenimento, e cabe ao grupo infiltrar-se no local e descobrir a verdade. É um arco que mistura investigação, tensão e, batalhas intensas contra demônios do mais alto escalão, as Luas Superiores.
Arco da Vila dos Ferreiros: nessa parte, Tanjiro precisa defender a vila dos ferreiros responsáveis por forjar suas armas, as Espadas Nichirin. O ataque de poderosos demônios transforma o lugar em um campo de batalha. Sendo um arco mais direto, cheio de combates intensos e destruição, mas também trazendo pequenos momentos de exploração e interação com personagens secundários da franquia.
Crédito: SEGA / Reprodução
Novos modos de jogo
Além da campanha principal, o título introduz dois modos novos, não visto antes na franquia:
The Path of a Demon Slayer: Um resumo dos acontecimentos do primeiro jogo, em formato de lutas curtas, ideal para quem não jogou ou não quer rejogar o antecessor e quer relembrar da história.
Hashira Training: Um modo no estilo roguelike PvE, onde enfrentamos os Hashiras em uma luta de treinamento desafiadora, para conquistar recompensas adicionais, adicionando desafios e rejogabilidade ao jogo.

Mecânicas familiares, mas melhoradas
Se você também jogou o primeiro Hinokami Chronicles, vai se sentir familiarizado com os controles. O sistema de combate foi mantido, mas está refinado. A base continua sendo a mesma misturando ataques rápidos, fortes, esquivas, defesas e golpes especiais. O side step ainda continua sendo essencial para o reposicionamento durante as lutas, e os ataques que te “teleguiam” ao inimigo ainda permanecem extremamente úteis, mas agora parecem um pouco mais equilibrados, já que conseguimos punir com mais facilidade se usados de forma previsível.
O Throw, aquele golpe que agarra o inimigo, que já permitia dar aquele dano extra no final de seu combo ou continua-lo, retorna novamente. Continuando ótimo para quebrar defesas e adicionar variedade nos confrontos. Sendo uma parte essencial do jogo.
O ritmo dos combates é um dos pontos altos para mim. Cada luta parece uma dança, com golpes rápidos, efeitos visuais intensos, bonitos e transições suaves entre eles. O jogo mantém uma curva de aprendizado acessível, com iniciantes conseguindo se divertir sem serem punidos, enquanto jogadores mais experientes podem explorar combinações mais complexas e estratégias avançadas.

Multiplayer competitivo e divertido
O modo multiplayer é mais do que um simples extra. Ele é parte essencial do jogo. O sistema de batalhas 1×1, presentes em tanto em forma local quanto online, está mais polido e oferece partidas equilibradas. Os personagens são bem balanceados, e cada um possui um conjunto único de habilidades que incentiva diferentes estilos de jogo.
O online mantém a boa performance, com partidas equilibradas na maior parte do tempo. É o tipo de modo que pode facilmente se tornar um hábito, seja para disputar com amigos ou enfrentar jogadores aleatórios, testar suas habilidades e subir seu rank.

Visual impressionante
O visual continua sendo uma das marcas registradas da série Hinokami Chronicles. Com uma arte cel-shaded que captura perfeitamente o traço e a atmosfera do anime. Os modelos de personagens são extremamente detalhados, e as animações fluem de forma natural. Em vários momentos, a transição entre cutscenes e gameplay é feita de forma excepcional, com seus quick time events, o que dá aquela sensação de estar jogando um episódio do anime.
A cena da luta entre Uzui e Gyutaro merece destaque especial. O trabalho de iluminação, partículas e efeitos sonoros cria um espetáculo digno de ser visto diversas vezes. A fidelidade com que o jogo recria os momentos icônicos da franquia é impressionante, e é claro que ali houve um cuidado para agradar os fãs da série.

Áudio que amplifica a experiência
O áudio também mantém o altíssimo padrão. A trilha sonora alterna entre temas mais calmos durante diálogos e momentos de exploração, e composições épicas e energéticas durante as batalhas. Cada golpe, cada impacto e cada efeito especial é acompanhado por um som que aumenta a intensidade do combate.
Testei o jogo em um Intel i5 14400F, RTX 4060 Ti e 32 GB de RAM, com tudo no máximo. O desempenho foi excelente, mantendo 60 FPS estáveis durante toda a gameplay. A otimização está ótima, garantindo que o jogo rode de forma fluida em configurações médias ou altas.
Um sucessor à altura
Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 não tenta mudar o que deu certo, e essa é justamente o seu diferencial. Ele pega tudo o que funcionou, refina e adiciona mais conteúdo, resultando em uma experiência ainda melhor.
É uma sequência que entende seu público e sabe o que queremos, fidelidade, combates empolgantes, momentos narrativos marcantes e um visual lindo. Para fãs do anime e do mangá, é praticamente obrigatório. Para quem gosta de jogos de luta com narrativa, é uma das melhores opções nos últimos tempos.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
Se o primeiro jogo já tinha deixado uma boa impressão, essa continuação é imperdível, sendo uma das adaptações mais bem-feitas de um anime para o mundo dos games. É divertido, emocionante e visualmente bonito, exatamente como um jogo de Demon Slayer deveria ser.