DON’T GET GOT é um jogo de terror multiplayer desenvolvido pela Bossa Studio e publicado pela CULT Games, que coloca os jogadores em uma corrida desesperada por sobrevivência. Nele, apenas um jogador pode escapar com vida, enquanto o restante sucumbe à insanidade ou às bonecas assassinas que habitam o cenário. Em poucas palavras: correr, enlouquecer e morrer resume bem a experiência.
Uma premissa simples, um caos inevitável
O objetivo principal do jogo é simples: encontrar três chaves que, juntas, formam uma senha usada para abrir uma sala segura e escapar. A localização dessas chaves é totalmente aleatória, o que torna cada partida imprevisível. Além disso, onde eu nascia também mudava a cada vez, podendo ser perto de uma chave ou completamente isolado, o que pode facilitar ou dificultar o início do jogo.
Para ajudar na busca, eu tinha que contar com um aparelho detector que mede a proximidade das chaves. A intensidade do sinal indica o quão perto eu estava, e a cor do sinal (verde, vermelho ou azul) indica a qual parte da senha aquela chave pertence. Embora esse sistema seja funcional, muitas vezes a escassez de chaves ou a presença de múltiplos inimigos ao redor torna o processo mais arriscado do que parece.
Um dos aspectos mais interessantes e caóticos do jogo é que todos os outros jogadores também estão em busca dessas mesmas chaves, e no final, apenas um pode sair vivo. Isso cria um clima de tensão constante, pois mesmo seus aliados podem virar obstáculos. No entanto, durante as partidas que joguei com amigos, raramente conseguimos nos encontrar, devido ao mapa amplo e à ausência de ferramentas eficazes de localização. A maioria das mortes aconteceu por sermos encurralados ou por termos perdido completamente nossa sanidade.
Bonecas Assassinas e Insanidade
A principal ameaça do jogo são as bonecas armadas com tesouras gigantes. Eles lembram os anjos de “Doctor Who”, movem-se apenas quando não são observados, pelo menos na teoria. Na prática, há momentos em que eles se movem mesmo sob vigilância, ou surgem do nada sem aviso sonoro ou visual. A inconsistência desses comportamentos torna a ameaça menos estratégica e mais frustrante.
A movimentação deles também varia bastante: às vezes lentos, às vezes absurdamente rápidos, dificultando qualquer tentativa de prever suas ações. Há formas de despistá-las, como encará-los enquanto se afasta de costas ou usando os decays, rádios que emitem sons para atrair os inimigos. Porém, estes só funcionam bem antes das bonecas me detectarem. Quando eu já estava na mira, elas pareciam ignorar totalmente a distração.
Outro desafio constante é a sanidade mental. Ao se aproximar das bonecas ou permanecer muito tempo em ambientes escuros, eu começava a começa a perder sanidade. Se ela chegar a zero, o personagem entra em colapso e morre. Há uma forma de se recuperar: usando uma caixa de música, que precisa ser acionada manualmente e permanecer visível na tela. Se eu parasse de olhar para ela, o efeito era interrompido e o item quebrava, exigindo cuidado e atenção constantes.
Assombração Visual em Primeira Pessoa
Graficamente, o jogo é funcional, mas não impressiona. A escolha da câmera em primeira pessoa foi adequada, contribuindo para a imersão. O cenário principal, uma escola abandonada, é um clichê do gênero, e as bonecas vestidos como estudantes não trazem exatamente originalidade, mas cumprem bem o papel de criar uma atmosfera inquietante.
No quesito sonoro, o jogo se destaca mais. A trilha é eficiente em manter a tensão, e os efeitos de passos, portas se abrindo e o som dos manequins se aproximando realmente aumentam a sensação de perigo. É possível saber quando há um inimigo por perto só pela mudança de volume ou direção dos sons, o que torna o uso de fones de ouvido quase essencial para uma boa experiência.
Desempenho
Durante os testes, joguei DON’T GET GOT a uma média de 115 FPS, com todas as configurações gráficas no máximo, utilizando o seguinte setup:
- Intel Core i5-12400F
- RTX 3060
- 16 GB de RAM
O desempenho foi estável, sem quedas bruscas de frame ou travamentos, o que é um ponto positivo, especialmente considerando o caos que acontece em certas partes do jogo.
Conclusão
DON’T GET GOT é uma experiência intensa, com potencial para boas partidas entre amigos e momentos genuínos de tensão. A ideia de misturar exploração, sanidade e traição é interessante, mas a execução ainda precisa de ajustes. Inimigos com comportamentos imprevisíveis demais, mecânicas pouco polidas e um certo desequilíbrio no desafio podem afastar quem procura algo mais refinado.
Ainda assim, há algo de divertido no caos que o jogo oferece, principalmente em grupo. Se você gosta de jogos de terror multiplayer e está preparado para lidar com frustrações ocasionais, DON’T GET GOT pode ser uma boa pedida para sessões curtas de adrenalina, desde que esteja disposto a rir (ou gritar) das mortes absurdas e das situações imprevisíveis que surgem a cada tentativa de escapar.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
O jogo tem um problema muito grande com os inimigos, fazendo com que perca qualquer tipo de graça em jogar a partir de um ponto, além de carecer muito de conteúdo, deixando algo enjoativo bem rápido