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Review | Five Nights at Freddy’s: Secret of the Mimic (PC)

Five Nights at Freddy’s: Secret of the Mimic chega como mais uma tentativa da franquia de se reinventar, trazendo novos elementos de gameplay e apresentando uma ambientação familiar, mas com toques inéditos. Ao longo dos anos, acompanhei a evolução da série e sempre fico curiosa com as novas propostas. Este título, apesar de algumas mudanças que podem dividir os fãs mais puristas, apresenta uma experiência interessante e que, mesmo não despertando o mesmo tipo de tensão dos jogos antigos, ainda tem seu valor dentro da franquia.

Peças Soltas e um Animatrônico Nada Normal

A história de Secret of the Mimic não é entregue de forma direta. Assim como nos títulos anteriores, ela é descoberta aos poucos, através de documentos, gravações e pistas espalhadas pelo ambiente.Nós assumimos o papel de alguém que investiga um local abandonado, ou talvez “esquecido” seja uma palavra mais precisa, e se depara com o Mimic, uma entidade que copia comportamentos e padrões de outras criaturas.

Secret of the Mimic

O Mimic, como o nome sugere, é um animatrônico com a capacidade de imitar, distorcer e reaproveitar comportamentos. Isso abre espaço para diversas teorias sobre a origem dele, seu propósito e sua relação com os outros personagens da franquia. A ausência de explicações claras pode frustrar quem busca algo mais concreto, mas ao mesmo tempo é esse mistério que sempre foi parte do charme da série.

Para mim, foi interessante montar mentalmente o quebra-cabeça, mesmo que as peças não se encaixem todas de forma perfeita. A vibe de mistério e o sentimento de que há algo muito errado escondido entre os corredores continuam vivos, e isso é essencial em qualquer FNaF.

Entre Gatilhos, Gritos e Geradores

A jogabilidade é mais voltada para exploração em primeira pessoa. Nada de mapas imensos e dezenas de objetivos simultâneos. O foco está em investigar ambientes fechados, resolver puzzles e, claro, fugir do Mimic.

Secret of the Mimic

O ritmo é bem construído. Você começa explorando, observando detalhes e interagindo com objetos, até que, do nada, algo ativa uma perseguição intensa. Essas cenas foram as que mais mexeram comigo, como alguém que sempre se assusta fácil, a presença de um animatrônico te caçando por corredores apertados é capaz de acelerar o coração. Há um equilíbrio entre o silêncio tenso e a ação, algo que o jogo faz com habilidade.

Por outro lado, os puzzles são bem simples. Para quem gosta de ser desafiado com enigmas complexos, pode ser decepcionante. Eles funcionam mais como uma pausa entre os momentos de fuga, do que como desafios de fato. Ainda assim, cumprem o papel de manter o jogador atento ao ambiente e às pistas visuais.

Fuja, Resolva, Repita: Como o Jogo Te Segura

As mecânicas são diretas, intuitivas e funcionam bem. A movimentação é fluida, e os comandos respondem com precisão. O jogo não tenta reinventar a roda, mas o que faz, faz com eficiência.

Secret of the Mimic

Um dos pontos que eu mais curti foram as mecânicas em si, simples, mas bem pensadas dentro da proposta. A movimentação é tranquila, os comandos respondem direitinho e o jogo deixa claro o que precisa ser feito. Tem bastante foco em ativar geradores, resolver coisinhas rápidas pelo mapa e usar os esconderijos nos momentos certos. Não é algo super complexo, mas exige atenção e agilidade.

As perseguições, apesar de não serem baseadas em som ou detecção de passos, ainda conseguem deixar a gente aflita. Quando os animatrônics aparecem, não tem muito o que pensar, ou você corre ou se esconde. E é aí que o jogo dá aquela adrenalina. Não é aquele desespero total, mas dá uma tensão boa, especialmente quando você tá no meio de um puzzle e eles simplesmente surgem. São esses momentos que deixam a gameplay mais dinâmica e divertida, mesmo com uma estrutura mais simples.

Olhos Atentos e Ouvidos em Alerta

Aqui, não tenho o que reclamar, muito pelo contrário. O visual do jogo é incrível. A direção de arte apostou num tom sombrio, quase decadente, e acertou em cheio. Os cenários são escuros, detalhados, cheios de pequenos elementos que contam histórias. A estética continua sendo aquela mistura de infantil com bizarro que a franquia faz tão bem.

Secret of the Mimic

O grande destaque, no entanto, vai para o áudio. O som é de uma qualidade impressionante. Cada passo, cada respiração, cada rangido de metal parece pensado para causar desconforto. Eu me pegava várias vezes travada, ouvindo um som ao longe, sem saber se deveria correr ou me esconder. É esse tipo de trabalho sonoro que transforma um bom jogo de terror em uma experiência memorável.

A música é discreta, usada com sabedoria. Ela aparece quando precisa aparecer, nas perseguições, nos momentos mais tensos, mas deixa espaço para o som ambiente brilhar. O silêncio, nesse jogo, fala alto. E é isso que faz o terror funcionar tão bem.

Desempenho Quase Perfeito

Durante minha jogatina, o desempenho no geral foi estável. O jogo carregou rápido, não travou constantemente e também não tive bugs visuais ou problemas de carregamento. Mas, infelizmente, o jogo crashou três vezes, e o pior: sempre em momentos de puzzle ou perseguição. Isso me tirou do sério, porque quebrava completamente a tensão e ainda fazia eu perder parte do progresso, o que é bem frustrante.

Secret of the Mimic

Estou jogando com uma RTX 4060, 32GB de RAM e um Ryzen 7 5700, e com essa configuração o game rodou liso na maior parte do tempo, com os gráficos no máximo e sem quedas de FPS. O visual é bem feito, o áudio é pesado e, mesmo assim, o desempenho técnico mostra que a otimização foi bem cuidada. Só que esses crashes pontuais realmente incomodaram, especialmente num jogo de terror, onde imersão é tudo. No fim, dá pra perceber que o estúdio teve carinho na parte técnica, mas ainda tem pequenos ajustes que podiam ter sido resolvidos antes do lançamento.

Entre Altos e Baixos, Ainda Vale Apertar o Play

Secret of the Mimic é um jogo que pode dividir opiniões, especialmente entre os fãs mais antigos de Five Nights at Freddy’s. Ele se afasta de algumas raízes da franquia, como o foco em câmeras e sobrevivência estática, e abraça uma jogabilidade mais moderna e direta. Isso pode ser visto como uma perda de identidade por alguns, mas para mim, representa uma evolução natural.

Acho que é importante reconhecer que a franquia precisa mudar para continuar relevante. Nem toda inovação será perfeita, claro. Mas aqui, mesmo com puzzles simples e algumas escolhas que poderiam ser mais ousadas, o jogo entrega uma experiência completa: divertida, tensa e com bons momentos de susto.

O som é impecável, o visual é imersivo, as mecânicas são sólidas e as perseguições realmente mexem com a gente. É o tipo de jogo que dá pra zerar rápido, mas que deixa uma marca, especialmente se você, como eu, ainda se sente perseguida mesmo depois de fechar o jogo.

Não é o melhor da série, nem o mais assustador, mas Five Nights at Freddy’s: Secret of the Mimic é um bom jogo.

NOTA

8.0
★★★★★★★★★★

CONSIDERAÇÕES

Secret of the Mimic pode até se distanciar da essência clássica da franquia, mas ainda entrega uma experiência tensa e bem produzida. O clima é envolvente, com visuais caprichados e um som que arrepia do começo ao fim.

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