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Review | Hungry Meem (PC)

Uma fome sem fim é o que toma conta dos Meem. Desenvolvido e distribuído pela Drecom Co., Ltd, Hungry Meem é um jogo de construção com humor ácido, protagonizado por criaturas de apetite insaciável que estão à beira da extinção. A única esperança de sobrevivência é explorar a Árvore do Mundo em busca de uma forma de evitar esse fim inevitável.

O Mundo Acabou, Mas Ainda Há Fome

A base da narrativa é apresentada na cinemática inicial. Conhecemos os Meem, criaturas famintas que comem tudo o que encontram na Árvore do Mundo. Eles também adoram dormir e brincar. Um dia, criaram o “pote milagroso”, que permitia cozinhar e comer fartamente. No entanto, esse pote acabou quebrando, o que levou muitos Meem à morte. A Árvore do Mundo apodreceu, restando apenas um único sobrevivente.

Esse Meem encontra uma semente da Árvore do Mundo e, com ela, parte em uma missão para trazer os Meem de volta à vida, restaurando o ecossistema e garantindo a sobrevivência da sua espécie. A partir daí começa o jogo, em que você deve coletar recursos, preparar comidas para reviver os Meem e reconstruir a Árvore do Mundo.

Apesar de ser simples, a história tem carisma. Ela não tenta ser profunda nem dramática — o foco é entregar uma base narrativa que sustente a mecânica de reconstrução e evolução do mundo. E isso ela faz bem. Em jogos com foco em sistemas e construção, muitas vezes uma história mais complexa poderia até atrapalhar o ritmo. Nesse caso, a leveza da narrativa combina com o visual e com a proposta lúdica do jogo.

Comer, Construir e Não Surtar

Logo nos primeiros minutos já é possível compreender bem as mecânicas básicas, graças a um tutorial rápido que apresenta o Tohren’s — um totem que se comunica com os Meem e fornece as missões principais.

O Tohren’s permite acessar um templo onde você coleta recursos para preparar lanches e refeições. O jogo também apresenta uma mecânica de sanidade: conforme o Meem avança por uma névoa misteriosa (necessária para encontrar recursos), ele perde sanidade e pode encontrar criaturas hostis que atrapalham a coleta — roubando os Meem ou sua mochila, por exemplo. Essas situações podem ser irritantes, mas nada tão incômodo quanto as cobras, que atacam os Meem e afetam severamente a sanidade deles.

Um momento marcante foi quando meu primeiro Meem perdeu toda a sanidade — peguei um susto, pois estava distraído, e de repente ele começou a comer tudo o que via pela frente, inclusive os recursos que eu havia acabado de coletar. Felizmente, dar um lanche já bastava para acalmá-lo.

Na Vila dos Meem, há um sistema de árvore de habilidades. Para desbloqueá-las, é necessário construir estruturas específicas. Com a expansão do território, pude, por exemplo, cruzar Meem em um criadouro para obter um ovo e chocá-lo em uma área apropriada — desde que eu tivesse construído uma chocadeira. Para isso, precisei explorar bastante o mapa em busca das peças necessárias.

Há uma boa variedade de atividades para se fazer dentro da vila: cultivar plantas, preparar pratos com diferentes combinações de ingredientes, gerenciar os Meem com tarefas específicas e expandir o território. É uma estrutura cíclica de progressão: explorar para conseguir recursos, usá-los para melhorar a vila, desbloquear novos recursos e assim por diante. Isso gera um ritmo viciante e satisfatório.

O jogo também permite personalizar a dificuldade, o que ajuda bastante quem quer uma experiência mais tranquila ou, ao contrário, deseja um desafio maior. No meu caso, joguei no modo normal e achei bem justo a dificuldade.

Onde O Caos É Bonito

O jogo tem um visual 3D cartoon muito agradável, que combina perfeitamente com o tom bem-humorado da narrativa e da gameplay. As cores são vivas e bem escolhidas, com cenários detalhados e personagens expressivos. Os Meem têm um design simples, mas carismático — é fácil se apegar a eles ao longo da aventura.

As músicas também são um destaque: na vila, o som é animado, transmitindo uma sensação de vida e alegria. Já dentro do templo, o ambiente muda completamente, com músicas mais tensas que criam uma atmosfera de alerta e exploração. O contraste entre os dois ambientes é bem feito, e até mesmo as variações sonoras durante os diálogos com o Tohren’s ajudam a manter a imersão no universo do jogo.

Os efeitos sonoros também são bem utilizados. Os barulhos dos Meem comendo, brincando ou até mesmo surtando sem sanidade ajudam a dar personalidade ao jogo e tornam a experiência mais viva e dinâmica. Nada soa exagerado ou fora de lugar — é um equilíbrio bem feito entre o cômico e o funcional.

Meem-Liso: Sem Engasgar na Fome

Hungry Meem não aparenta ser um jogo pesado, embora seus requisitos recomendados sejam:

  • Intel Core i5-7500
  • 16 GB RAM
  • RTX 2060

Joguei com as seguintes configurações, mantendo o jogo travado a 75 FPS:

  • Intel Core i5-12400F
  • 16 GB RAM
  • RTX 3060

Vale A Pena Alimentar Os Meem?

Hungry Meem entrega uma experiência divertida, leve e carismática, com uma proposta simples, mas bem executada. Sua jogabilidade acessível, aliada a mecânicas interessantes como a sanidade e a progressão da vila, tornam o jogo envolvente sem ser cansativo. Mesmo com uma história básica, o universo dos Meem é cativante o bastante para manter o jogador curioso e motivado a explorar mais.

Os visuais cartunescos, combinados com uma trilha sonora agradável e bem contextualizada, ajudam a criar uma ambientação coesa e memorável. Além disso, o desempenho técnico estável permite que o jogo rode bem mesmo em configurações medianas, tornando-o acessível a uma ampla variedade de jogadores.

No fim das contas, Hungry Meem não tenta reinventar a roda, mas oferece exatamente aquilo que se propõe: um jogo de construção com humor, exploração e uma pitada de caos adorável. Para quem busca uma experiência diferente, com criaturas estranhas e um mundo curioso a ser restaurado, vale a pena dar uma chance.

Hungry Meem está disponível para PC

NOTA

8.0
★★★★★★★★★★

CONSIDERAÇÕES

Hungry Meem é um bom jogo de construção e humor, uma experiência boa para passar o tempo ou só fazer algo diferente e que não exige tanto de si, é uma experiência boa de se ter.

Victor Schumacher
Victor Schumacher
Adoro jogos de todos os tipos, sempre tentando ter as experiências mais variadas possíveis.
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