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Review | Into The Dead: Our Darkest Days (PC)

Abandonados e com a esperança se esvaindo enquanto o apocalipse toma conta de Walton City. Produzido pela PikPok e publicado pela Boltray Games, Into the Dead: Our Darkest Days é um jogo de sobrevivência zumbi que coloca o jogador no comando de um pequeno grupo de sobreviventes tentando resistir ao colapso total da civilização. O título mistura elementos de gerenciamento, exploração e tensão constante, com personagens que vagam de refúgio em refúgio na tentativa de encontrar segurança em um mundo completamente esquecido pelo resto do país.

Ecos de Desespero

A narrativa de Into the Dead: Our Darkest Days segue um caminho familiar para os fãs do gênero, mas ainda consegue envolver o jogador com sua ambientação sombria e desesperadora. Um surto viral tomou conta dos Estados Unidos, e o governo, incapaz de conter a infecção, ordenou que as pessoas permanecessem em casa, na esperança de controlar o caos. Com o passar dos dias, a comunicação foi se perdendo, os suprimentos escassearam e Walton City foi deixada à própria sorte um local onde a esperança se tornou uma lembrança distante.

Os poucos sobreviventes ainda ativos tentam se manter firmes, guiados apenas pela voz de um transmissor de rádio, que ocasionalmente anuncia falsas promessas de resgate. Nesse cenário, o jogador assume o papel de um líder improvisado, responsável por tomar decisões difíceis que podem significar a vida ou a morte do grupo. Cada escolha carrega peso narrativo, e até mesmo pequenas falhas podem desencadear consequências devastadoras.

Cada Escolha Pode Ser a Última

A jogabilidade de Into the Dead: Our Darkest Days é estruturada de forma tensa e punitiva, refletindo o clima desesperador do apocalipse. Cada decisão importa e quando um personagem morre, a morte é permanente. Não há segundas chances. Essa sensação de perda constante reforça o realismo da experiência, fazendo com que seja necessário pensar em cada decisão tomada.

O jogo gira em torno da gestão de tarefas e recursos. Cada membro do grupo pode ser designado para realizar funções específicas: explorar áreas em busca de mantimentos, construir barricadas para proteger o abrigo, preparar alimentos, fabricar armas improvisadas ou simplesmente descansar para recuperar energia. No entanto, todas as ações exigem planejamento e confirmação, o tempo é um recurso tão precioso quanto a comida.

A exploração é um dos pontos mais tensos e gratificantes da experiência. O jogador pode sair do refúgio e vasculhar casas, postos de gasolina e armazéns, enfrentando o medo constante de ser emboscado. O som desempenha um papel essencial: passos pesados, portas rangendo e gemidos distantes criam uma atmosfera sufocante. O nível de ameaça mostrado no mapa ajuda a decidir se vale a pena arriscar uma expedição, mas mesmo locais aparentemente seguros podem esconder perigos mortais.

Os zumbis de Into the Dead são rápidos, agressivos e implacáveis, especialmente em grupos. Um único erro, como esquecer uma arma ou não reparar o equipamento, pode significar o fim de um personagem. O combate, embora simples, é carregado de tensão cada golpe, disparo ou tentativa de fuga precisa ser calculado com cuidado.

Além disso, os personagens possuem origens e personalidades próprias. Eles são introduzidos inicialmente em duplas, e cada um traz habilidades únicas que podem alterar o rumo da sobrevivência. Alguns são mais silenciosos ao se mover, outros têm maior resistência física ou são melhores em encontrar suprimentos. Essa diversidade cria uma dinâmica interessante e incentiva o jogador a montar estratégias baseadas nas forças e fraquezas de cada integrante.

Sussurros de Morte

Visualmente o jogo se aparenta bom sem foco no realismo, sendo algo bem mais simples, puxando pro artístico mesmo sendo 3D, o que foi feito muito bem, principalmente reparando no cenário escuro das casas ou postos que tem pontos de iluminação específicos para não ficar um breu total, ampliando ainda mais a imersão tensa de uma exploração, até por que os zumbis são rápidos e se ficar cercado por 2 zumbis sem uma arma, pode ser facilmente o fim.

Em questão sonora o jogo capricha muito e não deixa a desejar em relação a tensão e pressão constante que é colocada com os grunhidos dos mortos vindo de vários locais do cenário, sendo melhor que vários jogos de zumbi nesse aspecto.

Em Meio ao Caos

O jogo não apresentou nenhum bug e rodou de forma estável a 60 FPS na seguinte configuração:

  • Intel Core i5 12400f
  • 16GB RAM
  • RTX 3060

Requisitos do jogo:

  • Intel i5-8400 / AMD Ryzen 5 1500X
  •  16 GB de RAM
  •  NVIDIA GeForce RTX 2070 / AMD RX 5700

Sobreviver Não é Vencer

Into the Dead: Our Darkest Days é um título que entende o verdadeiro significado da sobrevivência. Ele não se apoia apenas no terror dos mortos-vivos, mas também na vulnerabilidade humana diante do colapso social. Cada decisão errada custa caro, e a sensação de estar constantemente à beira da morte é o que mantém o jogador imerso do início ao fim.

O jogo entrega uma atmosfera opressiva e carregada de tensão, sustentada por visuais simples, porém eficientes, e por uma trilha sonora que sabe exatamente quando silenciar e quando explodir em desespero. A combinação entre gerenciamento estratégico, exploração arriscada e combate de alto risco cria uma experiência equilibrada, que exige raciocínio e coragem em igual medida.

Mesmo sem reinventar o gênero, o título se destaca pela forma como trata o peso das escolhas e a conexão com cada personagem. Perder alguém aqui não é apenas uma falha de jogabilidade, é uma perda sentida, que deixa marcas e altera completamente o rumo da partida. Essa abordagem mais emocional e realista torna Our Darkest Days mais humano do que muitos jogos de sobrevivência recentes.

No fim, o que resta em Walton City não é apenas o medo dos mortos, mas o silêncio angustiante dos vivos que ainda lutam para não se tornar um deles.

NOTA

6.0
★★★★★★★★★★

CONSIDERAÇÕES

Into the Dead é um jogo para quem realmente gosta de gerenciamento de recursos e uma exploração boa, mas com combate que precisa ser pensado antes de entrar.

Victor Schumacher
Victor Schumacher
Adoro jogos de todos os tipos, sempre tentando ter as experiências mais variadas possíveis.
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