Muitas das coisas que eu vou dizer aqui podem ser alteradas no futuro, por conta de roadmaps e o desenvolvimento do jogo, mas tudo isso foi uma experiência que eu tive praticamente no lançamento e no estado atual em que o jogo se encontra.
Aqui é a parte que me dói falar sobre, porque, o que deu de errado? Atualmente, só parece mais um jogo genérico e quase sem alma!
Muitos players e fãs da franquia estavam ansiosos para KF3 para ser algo entre KF1 e KF2, um jogo de Survival Horror FPS, mas foi entregue algo voltado para a geração atual ou por questões de “inovações” desnecessárias que, na verdade, tornaram tudo mais genérico e sem alma dos seus jogos passados.
ALERTA DE SPOILERS ABAIXO!
Um projeto ambicioso, que levou a Europa a ruínas
Um resumo breve da história por trás da franquia Killing Floor, tudo começa com a Horzine Biotech, uma empresa de biotecnologia avançada do Reino Unido especializada em genética, clonagem e bioengenharia. Em 2009, Kevin Clamely, também conhecido como Patriarc, CEO e fundador da empresa, foi contratado pelo governo para criar o soldado perfeito por meio de clones aprimorados geneticamente. No entanto, frustrado com as limitações impostas, ele começou a se tornar obcecado pelo projeto e usou a si mesmo como cobaia. Quando o experimento falhou, ele passou a chamar os clones de seus filhos e tentou proteger seu projeto, continuando a clonagem.
O governo e o conselho da Horzine tentaram conter a situação, mas falharam. A empresa então forneceu tecnologia e armas aos sobreviventes para que eles pudessem ajudar a conter essa situação.
Em Killing Floor 2, que se passa em 2014, os clones se espalham para países vizinhos como França, Alemanha, Dinamarca e até o Ártico, com novos espécimes mais fortes e violentos.
Rachel Clamely, filha de Kevin, aparece em KF1 e tem um conflito com o pai devido aos experimentos cruéis. Ela ajuda a Horzine a combater os clones, mas, no final de uma das atualizações do KF2, ela retorna ao jogo como um boss novo, a Matriarc, e fazendo você se questionar o porquê de ela seguir o caminho do pai, tornando-se uma abominação.
Em Killing Floor 3, não há vestígios de história. Considerando que o jogo se passa em 2091, mais de 80 anos após o surto da Horzine no Reino Unido, ainda existem ZEDs aprimorados e novos espécimes. Até o momento, apenas Mr. Foster é o único personagem principal vivo em KF3.
A GAMEPLAY EM PEDAÇOS, ASSIM COMO OS ZED’S!
Começando pelos pontos positivos da gameplay, o ZED time, é praticamente um slowmotion onde seu personagem ganhar algumas vantagens nesses poucos segundos, que ocorre assim que a barra superior da tela encher e conforme você vai aniquilando os ZED’s enquanto está no ZED time ela recarrega um pouco, outra coisa legal você ainda pode cancelar seu reload da sua arma dando Bash se por um acaso recarregar na mesma hora que estiver entrando em um ZED time para não perder esse tempo.
Assim como em outros jogos de FPS, onde tiros na cabeça ou atirar em um pontos fracos para dar muito dano ao seu inimigo, porem, nesse KF3 teve melhorias nesse sentido, por exemplo, o Scrake que é um clássico “Monstro da motosserra” dos jogos anteriores, você pode atirar na motosserra dele para quebrar a armadura dela e expor um ponto fraco e com isso dar mais dano, porem, a máscara dele também tem esse weakspot, em todo caso, mire na cabeça!
Uma coisa muito legal que achei e realmente diferente dos outros jogos é que o Husk agora pode voar para atirar em você e os Crawlers podem andar pelas paredes, isso realmente muda como você enxerga e vê coisas boas sobre os ZEDS e nova jogabilidade.
Boas novas, Customização de Armas!
Outra coisa ótima e que particularmente gostei no jogo, é sua arma poder ter Attachments como mira, compensador, laser, carregador, tipo de munição e até um receptor.
Armas Elementais e Perks
Outro ponto importante na mecânica do jogo, é sobre algo que já tinha no KF2 e que veio para cá, danos cortante, explosivo e até elementais, como fogo, choque e bioquímico que também somam para a gameplay em si, porque certos ZED’s são mais fracos ou mais forte contra tal dano, dois exemplos clássicos é o Husk que é mais resistente a fogo porque ele dá dano de fogo, e o Fleshpound, que é todo armadurado e resistente a balas.
Seu personagem tem 3 árvores de perks agora, uma passiva da sua classe específica, uma para sua granada ou item arremessável e uma para ultimate e seu personagem vai até o level 30 e tem que ter pontos para gastar e melhorar essas vantagens.
Será que ainda vai ser um inferno na terra?
O jogo está claramente mais lento que o padrão, o que não é ruim, mas provavelmente deve ser porque tem apenas duas dificuldades inicialmente, que é a Normal e a Difícil. Antigamente, você tinha 4 dificuldades, “Normal, Hard, Suicidal e Hell on Earth“, e cada uma delas escalava TUDO, desde o aumento do HP dos ZEDS até o dano que eles vão te dar ao te acertar, a frequência com que bichos especiais aparecem e a velocidade com que eles se movimentam.
Mas nem tudo sempre é bom, como o novo sistema de classes.
E aqui entram duas coisas, uma boa e uma ruim na minha opinião, a boa é que você precisa que tenha praticamente todas as classes jogando em conjunto porque cada uma delas tem seu ponto forte e sua fraqueza, assim como os ZED’s, com isso você acaba vendo que é um jogo com bastante trabalho em equipe… Já a parte ruim, é ter sistema de classe travado ao personagem (típico em hero shooter) coisa que NUNCA teve nos outros jogos da franquia, se eu quisesse jogar de Mr. Foster, eu poderia ser qualquer classe, mas aqui não, eu vou ter que ser o Commando se eu quiser jogar de Mr. Foster já que estava travado a ele, essa classe específica.
Não fique parado ou será morto!
E a parte mais esquisita que volto a falar sobre isso ser um Hero Shooter, sim, o seu personagem TEM UMA ULTIMATE!!! Um exemplo clássico é que se você está de médico level 30 e usa sua ultimate você pode reviver TODOS os jogadores mortos, e ela também carrega a ultimate deles mais rápido nesse raio que a ultimate dele fica. Sendo que, a meu ver, para balancear, seria necessário carregar a ultimate com “DANO” e não por tempo, como ela é atualmente.
E por fim, o Loop de gameplay é o de sempre, varias waves com pausas para comprar equipamentos novos no comerciante e dar resupply e o final boss, cada wave que você passa vai ficando mais difícil e vem mais ZED’s especiais até a última onde vem o Boss, sendo 3 bosses até o momento, Impaler, Queen Crawler e Chimera.
Você consegue ouvir o inferno e ver a morte de perto
Sem sombra de dúvidas a produção de áudio e músicas do Killing Floor 3 é boa, mas não chega nem perto dos outros jogos da franquia, mesmo tendo referências a eles, como a música clássica do Menu de Killing Floor 2 que é incrivelmente foda e que agora está dentro da partida ao invés do menu como no passado.
E infelizmente no passado, as músicas das OST (original sound track) eram compostas por bandas de metal cristã, como Demon Hunter, Impending Doom e Living Sacrifice, onde tem até uma referência onde Oisten Jägerhorn que é um personagem jogável e tem até uma camisa da banda Demon Hunter, e outro detalhe interessante, é que em KF2 você podia escolher entre ouvir apenas o PB (playback, que é só o instrumental) da música ou ela com o vocal.Mas eu não tiro o mérito de Zynthetic e Rocky Gray pelo ótimo trabalho na produção das músicas do KF3 porque é uma das melhores coisas e mostra que o jogo tem alguma alma.
Agora outro ponto importante, que vai de algo incrível até algo deprimente, a parte de visual do jogo… inicialmente, o mapa é bem imersivo e estilo Killing Floor, e isso é um ótimo ponto positivo: é escuro em algumas partes com pouca iluminação, tem destruições e coisas pegando fogo, claro que tem aquele tom de vermelho e preto em certas partes, como no mapa LAB e isso é realmente ótimo porque para a ambientação do que era para ser um jogo de horror.
Outro ponto positivo é o gore, porque, sim, KF desde o classico sempre teve um design ótimo com isso, já que você esta lidando com clones monstruosos e falando neles estão de parabéns para o desmembramento, animações, design e arte tanto dos ZED’s normais quanto os Bosses estão ótimos e não poderia ser diferente com a nova tecnologia da Unreal 5, eles avançaram bem no decorrer dos jogos e conseguiram fazer isso bem feito… mas nem tudo é bom, como o design dos personagens, porque são muito genéricos tirando o Mr Foster.
A HUD/IU principalmente a de compra, é estranha para o KF porque infelizmente eles tiveram que adaptar para a mudança drástica de gameplay como dito lá em cima.
E mesmo eu falando ali que o design dos ZED’s sejam bons, porque realmente são bons, porque o jogo em si é para ser assim extremamente Sci-fi já que o ano é 2091, para mim, isso muito futurista é exagerado demais.
DESEMPENHO TÉCNICO
Joguei com a seguinte configuração: Placa de vídeo 3060 Ti Galaxy, Ryzen 5 5600X, 32 GB de RAM, SSD NVMe com 7000 MB/s de leitura e monitor de 144 Hz.
O desempenho e otimização do KF3 continua muito cru, eu tive que desativar lumem/raytracing e mesmo com o jogo todo no médio, meu FPS não passava dos 90fps e tinha quedas a 50fps o que era irritante às vezes, porque você sempre sentia o travamento brusco enquanto jogava e até em horas cruciais como na batalha contra o boss.
Sendo feito na Unreal Engine, ele pode e deve ser otimizado para que muitos jogadores possam ao menos jogar de forma estável e fluida. Para mim, isso é o mínimo que você deve esperar de um jogo hoje em dia.
CONCLUSÃO
Não é atoa que Killing Floor 3 repercutiu mal em comparação com Killing Floor 2, já que a comunidade pediu um jogo de horror, FPS de hordas, um Killing Floor de verdade e não um projeto de Hero Shooter PVE. Eu espero que a Tripware, consiga trazer de volta o que Killing Floor foi um dia, porque é o minimo que seus jogadores e fãs esperavam com essa continuação da franquia.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
Se você jogar pensando que não é Killing Floor, o jogo é divertido.