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Review | King of Meat (PC)

Quando vi King of Meat, fique curioso, acreditei que seria mais um daqueles jogos onde jogamos por algumas horas, e depois esquecemos no fundo de nossas bibliotecas, porém posso falar com confiança, estava errado. King of Meat é o completo oposto disso, oferecendo uma jogatina divertida, e cômica para todos que tiverem coragem de participar no lendário evento, em Komstruct Koliseum.

Um reality show insano

A história de King of Meat é simples. Produzido pela Amazon Games, o jogo se apresenta como um gigantesco espetáculo público transmitido para milhões de espectadores. Você controla um “Participante”, onde é nosso dever lutar em diversas áreas dentro do Komstruct Koliseum, palco do lendário evento, “King of Meat” onde precisaremos enfrentar desafios variados para entreter o público e, claro, tentar sobreviver.

Esses “eventos” são transmitidos como se fossem parte de um programa de televisão, com diversos modos combate, puzzle e plataforma. Lembrando aquelas provas das “Olimpíadas do Faustão”, mas com uma pequena dose de caos, sangue e destruição.

A narrativa existe apenas para dar um ambientação, mas ela funciona de forma excepcional. Dando um propósito às loucuras que acontecem nas arenas, e claro ao nosso querido locutor, com seu tom irônico criando uma atmosfera divertida, imprevisível e cômica.

A glória e o sangue

A base da gameplay é simples, mas é aí que fica o charme. Você conta com duas armas principais:

  • A besta, ideal para combates à distância, com munição limitada que se regenera com o tempo.

  • A espada, sua companheira confiável, eficaz em combates corpo a corpo.

Mas o verdadeiro diferencial está na interação com o ambiente. Cada arena é repleta de objetos utilizáveis: explosivos, bolas de borracha, barris, alavancas e alvos. Você pode usar tudo a seu favor, ou contra seus próprios amigos. É possível arremessar explosivos em inimigos, usar bolas de borracha para abrir portas secretas, e até provocar o caos de propósito apenas para ver o resultado.

Alguns inimigos, como esqueletos com barris explosivos, exigem um pouco mais de estratégia. É possível mata-los à distância para evitar o grande dano em área que eles dão caso cheguem perto, ou usá-los a seu favor para limpar hordas inteiras de inimigos. O design das arenas também é inteligente, principalmente nas arenas de puzzles, me vi preso em diversas áreas, apenas para descobrir que tinha que trazer um item de uma área anterior para continuar, o jogo incentiva o improviso e recompensa a criatividade do jogador acima de tudo.

Caos Funcional

Logo no início, você desbloqueia uma das skills mais divertidas em minha opinião, um arroto que causa dano em área e empurra inimigos e aliados para longe. É tão ridículo quanto parece, e é justamente isso que o torna divertido.

Ao longo do jogo, novas habilidades são desbloqueadas, permitindo combinações em situações de combate. As arenas, que já são caóticas, se transformam em um espetáculo de efeitos, barulhos e sangue voando para tudo quanto é lugar.

O sistema de pontuação é outro ponto alto dentro do jogo, dando sentido a tudo aquilo. A cada “Partida”, você precisa ganhar pontos através de loots achados nas arenas, destruindo caixas, baús e fazendo o caos reinar, para pegar uma melhor classificação. Também após cada eventos, podemos verificar a Rosaline Furiosa, para pegar diversas recompensas, indo desde armas novas, até cosméticos e habilidades.

As classificações no espetáculo “King of Meat” funcionam como tiers de performance. Quanto melhor você joga e mais pontuação tem, mais recompensas e reconhecimento recebe. O sistema é fluido e nunca repetitivo, com os mapas sempre sendo diferentes, podendo escolher entre 3 mapas por vez, de diversas dificuldades e estilos, totalmente criado pelos próprios jogadores.

Muito além de um roguelike

À primeira vista, King of Meat pareceu mais um roguelike, onde o objetivo é apenas sobreviver o máximo possível. Mas ele vai além disso.

Cada arena é tratada como um episódio de reality show, com objetivos específicos e interações únicas. Há arenas de sobrevivência, arenas de puzzles, e até desafios cooperativos, e sim, é possível jogar com até 4 jogadores. Melhorando ainda mais a diversão, teve momentos que me vi quase morrendo de rir, por meu amigo não conseguir fazer o pulo, ou por ter sido jogado na explosão, “Sem Querer”, deixando toda a experiencia ainda melhor.

Essa variedade quebra a “Chatice” do gênero. Em uma rodada, você pode estar explodindo inimigos em um coliseu, na outra, tentando resolver um puzzle, com o locutor te zoando por não estar conseguindo. O jogo não tem medo de ser ridículo, e isso só melhora a experiencia.

Visual e atmosfera

Visualmente, King of Meat é um espetáculo grotesco e capitalista, priorizando o lucro acima de tudo. O jogo utiliza um estilo cartunesco, criando uma estética confortável. A paleta de cores é vibrante, com muito vermelho, laranja e amarelo, para complementar a adrenalina e destruição, causada pela gente.

Os personagens são exagerados e cheios de personalidade. A modelagem dos inimigos segue o mesmo caminho: bizarra, engraçada e propositalmente absurda. Cada novo tipo de oponente parece saído de um livro infantil, com morcegos e esqueletos bem cartunescos.

As arenas são diversificadas: fábricas abandonadas, arenas de TV, templos mecânicos e locais que parecem saídos de uma universo steampunk. O design de cada mapa equilibra bem o caos visual com clareza da gameplay.

Trilha sonora e áudio

A trilha sonora é uma mistura frenética de rock, eletrônico e batidas industriais, perfeita para o clima de destruição controlada. Cada música aumenta a intensidade conforme o combate esquenta, criando uma sensação constante de urgência e espetáculo.

Os efeitos sonoros são igualmente exagerados. Explosões, ossos desmontando, e os efeitos das skills compõem uma sinfonia cômica. É tudo propositalmente “over the top”, e isso combina perfeitamente com o humor caótico do jogo.

As dublagens, embora curtas, são cheias de sarcasmo, reforçando o conceito de um grande show sangrento sendo transmitido para o público geral apenas para gerar lucro.

Desempenho

Testei o jogo em um setup com i5 14400F, RTX 4060 e 32 GB de RAM, e o desempenho foi excelente. Mesmo com dezenas de inimigos, partículas e efeitos na tela, o jogo se manteve estável a 60 FPS, sem travamentos ou quedas, a única coisa ruim é que o jogo é capado em 60 FPS, não podendo ir acima disso.

Carne, caos e diversão

King of Meat é um lembrete de que nem todo jogo precisa ser sério para ser bom. Ele é bizarro, exagerado e propositalmente estúpido, ao mesmo tempo sendo criativo, divertido e absurdamente viciante.

A mistura de combate dinâmico, arenas criativas, humor ácido e progressão recompensadora fazem dele uma das surpresas mais agradáveis do ano. É um jogo que sabe rir de si mesmo, enquanto entrega uma experiência sólida e bem projetada.

NOTA

8.0
★★★★★★★★★★

CONSIDERAÇÕES

Se você gosta de ação caótica, cooperação absurda e uma boa dose de humor grotesco, King of Meat é uma pedida perfeita.

Rafael Mantuan
Rafael Mantuan
Apaixonado em jogos Táticos e de simulação.
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