Você ouve uma sirene tocar e tem apenas alguns segundos para pegar tudo o que puder carregar da sua casa e levar até o seu bunker, e assim ficar em segurança”.
MISERY coloca-nos em um cenário pós-nuclear/apocalíptico, dentro de uma zona de exclusão chamada “Zaslavie”, onde uma catástrofe transformou instalações de pesquisa em ruínas perigosas e cheias de anomalias. Claramente, você vê MUITAS referências a S.T.A.L.K.E.R., como o campo de papoulas, a anomalia com helicópteros em volta, as costelas e até o bar, esse conjunto cria uma ambientação bastante convincente, especialmente para quem curte títulos de sobrevivência com clima opressor e exploração em zonas abandonadas.

Várias histórias já foram criadas pela Zona e essa não é diferente.
Você faz parte de um grupo de mercenários designado para proteger um instituto de pesquisa secreto localizado na República de Zaslavie. O Instituto Científico de Pesquisa da Zona de Exclusão de Zaslavie (ICPZEZ) foi erguido antes do início da guerra com o objetivo de estudar anomalias e artefatos misteriosos.
Esses artefatos se tornaram o foco de disputas intensas entre blocos militares internacionais, pois nenhum dos lados poderia permitir que caíssem em mãos inimigas. Esse impasse levou a um conflito nuclear devastador. A Zona, agora repleta de enigmas e perigos mortais, guarda muito mais do que radiação e suas ameaças vão além da contaminação nuclear.

É travado, é bugado, mas é extremamente divertido!
Depois do alarme tocar, você começa a fazer o loop de incursões diárias, sempre saindo pela manhã em busca de recursos e voltando à noite para se proteger da “emissão”, além de poder fazer construção/ampliação de base, as zonas são geradas proceduralmente, o que garante que cada incursão tenha seu próprio conjunto de desafios como lidar como mutantes, bandidos, radiação e anomalias tudo isso enquanto tenta manter sua saúde mental e física sob controle.
-video aqui-
Por mais que o jogo possa ser janky/travado por conta do combate e até coisas simples, como manejar seu inventário, ele consegue te prender bem por conta dessas incursões que você faz, para achar recursos para sua base ou até para não morrer de fome, sede ou radiação, tudo isso para que você possa garantir sua sobrevivência por mais um dia. A parte de você ter um bunker/hideout e poder dar upgrade nele é incrível, ter estações que precisam de energia também é legal, porque você pode utilizar desde geradores a gasolina, painéis solares e até GNOMOS.
Outra coisa muito legal é o humor e as coisas engraçadas que você pode encontrar na zona, mas não pense que vai ser fácil de se adaptar a ela, a zona não é fácil de se acostumar.

Loner, sente-se conosco na fogueira, beba um pouco de vodka, ouça a música do violão.
Visualmente e em termos de atmosfera, o jogo aposta num estilo “retro” (gráficos PS1/low-poly) com estética “eslava” sombria, remetendo ao universo do jogo S.T.A.L.K.E.R. e principalmente a Zona de Exclusão em si. Eu não tenho do que reclamar, toda essa ambientação e os locais fiéis ao stalker, mesmo sendo em low poly, é bonito e os sons também são bons, desde as explosões até dos NPCs.
Por mais que não seja um jogo que você possa passar algumas horas andando e observando o cenário, porque tem tempo para fazer as coisas, conforme você vai descobrindo os locais que tem dentro do jogo, fica cada vez melhor.

Não é bug, é só mais uma anomalia na zona, Stalker.
Joguei com a seguinte configuração: Placa de vídeo 3060 Ti Galaxy, Ryzen 5 5600X, 32 GB de RAM, SSD NVMe com 7000 MB/s de leitura e monitor de 144 Hz.
O jogo é bugado? Sim, é! Mas, de certa forma, isso acaba contribuindo para a diversão. A imprevisibilidade dos erros e falhas cria momentos únicos, que tornam a experiência mais engraçada. Porém, isso também significa que o jogo não é perfeito e isso é algo que deve ser esperado, já que ele foi desenvolvido por um único desenvolvedor. E para mim um dos maiores problemas nesse momento, é a falta de um sistema de salvamento progressivo, o que significa que, ao reiniciar o jogo, você terá que começar tudo de novo.
No entanto, a otimização não é um problema, como o jogo adota um visual low-poly, ele roda bem mesmo na Unreal Engine 5.

Um Jogo para os Fãs de Stalker e Sobrevivência
MISERY é o que muitos fãs de S.T.A.L.K.E.R. estavam esperando, com um toque de rogue-like coop e uma pitada de humor em um mundo sombrio, ele oferece uma experiência única de sobrevivência. A vida na Zona nunca será fácil, mas enfrentar todos esses desafios ao lado de amigos faz toda a diferença, o modo cooperativo transforma a experiência, trazendo mais diversão e um sentido de camaradagem que complementa a tensão constante do ambiente.

NOTA
CONSIDERAÇÕES
Se você procura um jogo que combine a tensão de S.T.A.L.K.E.R. com momentos hilários e uma boa dose de caos, MISERY é uma excelente opção. Boa caçada, Stalker.
