Um frenesi imparável é o que define Mortal Sin. Desenvolvido e publicado pela Nikola Todorovic, Mortal Sin é um roguelike em primeira pessoa onde seu foco é na exploração de calabouços gerados de maneira procedural e extermínio das criaturas demoníacas encontradas neles.
A Jornada Pelo Julgamento Final
Mortal Sin não deixa sua história completamente clara. Apenas algumas frases oferecem certo contexto. O personagem parece estar em uma espécie de caminho de absolvição, rumo ao seu julgamento. Existe também uma personagem chamada Helena, que entrega fragmentos da narrativa. Para desbloquear novos diálogos, porém, é necessário avançar pelas masmorras, o que pode ser complicado no início, já que o jogador precisa evoluir constantemente. A dificuldade aumenta a cada etapa, e os inimigos não param até eliminar completamente o personagem, transformando esse caminho de absolvição em um verdadeiro desafio.
A história, no entanto, não é o foco principal do jogo, e sim a gameplay. Para compreender melhor a narrativa é preciso jogar bastante, mas isso acaba sendo natural, pois as expedições pelas masmorras são rápidas e dinâmicas.
A Essência do Combate
O jogo é extremamente frenético, exigindo reflexos rápidos para lidar com as criaturas. Há momentos em que os inimigos aparecem em combinações específicas, criadas apenas para atrapalhar o jogador. Por isso, eliminar o máximo de inimigos possível se torna prioridade principalmente aqueles capazes de invocar outros, que podem transformar uma batalha em mais uma morte inevitável.
O sistema de build é um dos pontos fortes: é possível escolher entre 16 classes e montá-las durante a exploração dos calabouços. Itens podem ser encontrados em cadáveres, baús ou salas opcionais, todas geradas de forma procedural, podendo conter mais ou menos desafios. Além disso, estátuas espalhadas pelo mapa oferecem poções de cura e regeneração de mana, garantindo mais eficiência nas masmorras.
Há também estátuas que concedem buffs exclusivos para equipamentos. Isso pode ser frustrante em alguns momentos por exemplo, receber um bônus para capacetes quando ainda não se possui um mas, a longo prazo, se mostra bastante útil, já que os equipamentos surgem com frequência.
O sistema de progressão funciona de maneira sólida: é necessário concluir as masmorras em sequência para liberar novas dificuldades. A mais complicada inicialmente é a do navio, que exige completar as outras três no nível de desafio C. Somente após esse feito é liberado o Maw of Sin, a parte final do jogo.
Outro ponto interessante é a variedade de combos disponíveis. Eles deixam o gameplay mais complexo e divertido, mas sem tornar o aprendizado cansativo, já que a curva de evolução é rápida. O jogador acaba se concentrando mais na masterização de suas habilidades para enfrentar múltiplos inimigos com combos satisfatórios. Vale destacar que cada classe possui um estilo próprio, aumentando a diversidade da experiência.
Entre a Morte e o Aprendizado
Um dos grandes atrativos de Mortal Sin é a rejogabilidade. Como todo bom roguelike, cada partida é diferente da anterior. A geração procedural das masmorras garante que nunca haverá duas runs iguais, já que a disposição de salas, inimigos, baús e cadáveres muda constantemente.
A variedade de classes também incentiva múltiplas tentativas. Cada uma delas oferece estilos únicos de combate, com pontos fortes e fracos que podem mudar completamente a abordagem do jogador. Enquanto algumas classes favorecem a ofensiva agressiva, outras exigem mais cautela e gerenciamento de recursos. Isso, aliado aos buffs aleatórios e à coleta de equipamentos, cria inúmeras combinações possíveis.
Além disso, o jogo recompensa o jogador pela persistência. A cada run, mesmo que fracassada, é possível aprender algo novo seja um inimigo mais perigoso, um combo mais eficiente ou uma estratégia melhor para enfrentar hordas. Essa sensação de evolução constante faz com que a morte nunca seja apenas um fracasso, mas parte natural do progresso.
Outro ponto que reforça a rejogabilidade é a presença de níveis de dificuldade adicionais, que só se desbloqueiam após cumprir determinados requisitos. Isso incentiva o jogador a retornar, testar novas builds e superar desafios cada vez maiores, mantendo o interesse vivo mesmo após muitas horas de jogo.
Entre o Silêncio e o Caos
O visual realmente é bom, me lembrou certos jogos Dungeon Crawler, o visual também pode ser alterado para certos estilos diferente, assim como pode deixar o visual mais agradável pros olhos. As masmorras passam uma ambientação mais claustrofóbica e sombria, deixando mais tensão quando tem bastante inimigo e armadilhas nas masmorras. Cada coisa visualmente consegue ter um realce para ser identificado, alguns ficam mais disfarçados, como cadáveres e baús, mas tirando isso é bem fácil de se ver.
O áudio do jogo é bom, principalmente da área segura, passa tranquilidade, um momento que não precisa se sentir aflito pensando que um demônio imortal vai estar atrás, uma música bem serena. Agora no combate frenético e violento com desmembramento em massa e a música acompanhando, dando ainda mais intensidade, perfeito, realmente sendo difícil criticar o jogo nesse aspecto.
O Desempenho De Um Guerreiro
Durante minha jogatina não consegui identificar algum bug, mas isso não significa que o jogo está livre deles, mas ainda sim Mortal Sin é um jogo até que leve, tendo os seguintes requisitos:
Requisitos:
- Intel Core i5-6600K
- 8 GB de RAM
- GeForce GTX 1060
Mesmo sendo um jogo leve, teve algumas quedas de fps de vez em quando, mas nada que atrapalhasse o jogo. Joguei o jogo nas seguintes configurações:
- Intel Core i5-12400f
- 16GB RAM
- RTX 3060 12GB
Mortal Sin em Perspectiva
Mortal Sin é um roguelike em primeira pessoa que sabe exatamente onde quer brilhar: no combate frenético, nas builds variadas e na constante sensação de perigo. A narrativa existe, mas funciona mais como pano de fundo, dando espaço para uma jogabilidade intensa.
Com gráficos sombrios que reforçam a atmosfera claustrofóbica e uma trilha sonora que alterna entre momentos de calmaria e pura brutalidade, o jogo entrega uma experiência completa e marcante. A dificuldade elevada pode afastar alguns jogadores, mas é justamente ela que dá sabor à jornada e torna cada vitória gratificante.
Somado a isso, o alto nível de rejogabilidade garante que Mortal Sin não seja apenas um jogo para terminar uma vez, mas sim para revisitar várias vezes, sempre encontrando novos desafios. Para quem gosta de ação visceral, progressão recompensadora e partidas que não são iguais, este título é uma escolha ótima.
NOTA
CONSIDERAÇÕES
O jogo é bem dinâmico com um fator replay que pode prolongar o jogo por várias horas, mesmo podendo enjoar depois de um tempo, talvez visualmente, mas acredito que este jogo é algo que vai entreter por um bom período.