Review | Rally Arcade Classics (PC)

Quando vi Rally Arcade Classics, confesso que fiquei interessado. Nunca fui fã de jogos de corrida, e menos ainda de títulos focados em drift, mas havia algo que me chamou a atenção. Desenvolvido pelo estúdio espanhol NETK2Games, o jogo é inspirado nos clássicos de rally dos anos 90 e 2000, que fizeram sucesso nos fliperamas e nos consoles da época. A dúvida era será que teríamos aqui apenas mais uma tentativa genérica de resgatar o passado? ou uma obra de arte? Não pensei duas vezes e baixei para descobrir.

Primeiros passos

Antes de poder fazer drifts pelas pistas, o jogo coloca uma etapa obrigatória: conquistar sua licença de piloto. Essa mecânica já é familiar para quem acompanha franquias clássicas como Gran Turismo, e aqui funciona como um filtro, que garante que você compreenda as bases da jogabilidade.

Para conseguir a licença inicial, a categoria C, é preciso completar 10 provas testes curtos e acumular uma quantidade mínima de estrelas durante eles. Esses testes funcionam como pequenos desafios, desde curvas controladas até sprints em linha reta, sempre ensinando algo sobre os controles e a física do jogo. Uma vez aprovado, você está liberado para competir na categoria mais baixa e, gradualmente, desbloquear licenças superiores para competir em níveis mais altos.

No total, o jogo conta com 6 licenças diferentes, cada uma liberando novos veículos e aumentando a complexidade das provas. Começamos dirigindo algo mais simples, como um Mini Cooper, mas, à medida que avançamos até a licença A, passamos a controlar máquinas mais rápidas e conhecidas, especialmente por quem é fã do universo dos drifts e rallies.

É um ciclo simples, quanto mais você joga e acumula estrelas, mais categorias e carros ficam disponíveis.

O loop das corridas

Uma das maiores virtudes de Rally Arcade Classics é manter tudo direto e objetivo. Cada corrida dura no máximo 2 minutos, o que faz com que o ritmo seja acelerado. É o tipo de jogo que você abre “para jogar só uma partida” e, quando percebe, já passou horas competindo.

Embora você corra contra outros pilotos controlados por IA, o que realmente importa é o tempo final. As corridas são pensadas para serem rápidas, e saber a hora de frear, calcular a entrada em curvas e aproveitar bem o terreno é fundamental.

A recompensa por cada corrida vem em forma de troféus e dinheiro. O sistema é simples:

• Bronze: +20$

• Prata: +50$

• Ouro: +100$

Esse dinheiro pode ser usado para comprar novos carros, e aqui entra outro ponto positivo: os veículos não são apenas cosméticos. Eles realmente mudam a forma como você encara as pistas. Modelos mais pesados permitem drifts mais agressivos, enquanto carros mais leves garantem maior controle em pistas técnicas. É o tipo de progressão que incentiva o jogador a sempre buscar melhorar.

Modos de jogo

Um dos pontos que mais me surpreendeu em Rally Arcade Classics foi a variedade de modos.

• Licenças
  O modo inicial, onde você conquista suas permissões de corrida e desbloqueia categorias. Não é apenas um tutorial disfarçado, mas uma parte essencial da progressão durante todo o jogo.

• Tour
  O modo campanha. Aqui, você viaja por quatro países diferentes, acumulando dinheiro e tentando subir no ranking global. É uma boa mistura de desafio e progressão, sempre mantendo o jogador motivado a conquistar a próxima etapa.

• Arcade
  São 16 corridas rápidas, com até 14 carros competindo lado a lado, em um estilo que lembra diretamente os jogos de fliperama dos anos 90.

• Rally
  O coração do jogo. Aqui, você compete diretamente com pilotos controlados pela IA em busca do ouro. Há três níveis de dificuldade disponíveis, e a escolha do carro é crucial para garantir o pódio.

• Chrono
  O clássico contra o tempo. Nesse modo, você pode personalizar a experiência escolhendo país, pista, carro, horário e até o clima da corrida. É a forma ideal de testar suas habilidades em condições diferentes ou simplesmente treinar.

Gráficos nostalgicos

Rally Arcade Classics não busca realismo. O jogo aposta em um estilo gráfico que mistura simplicidade e clareza, relembrando à estética dos anos 90 e 2000, mas com toques alguns toques modernos que deixam tudo mais nítido e fluido. As pistas são variadas, passando por lugares sempre coloridos e bem definidos.

A interface também segue esse estilo, com menus diretos e ícones grandes, reforçando a inspiração nos jogos de fliperama.

O áudio acompanha a proposta. Os efeitos de motor, derrapagens e colisões são satisfatórios, enquanto a trilha sonora aposta em músicas aceleradas, dignas de jogos de corrida clássicos, porem que ficam repetitivas rapido.

Desempenho

Testei o jogo em um Intel i5 14400F, RTX 4060 Ti e 32 GB de RAM, com tudo no máximo. O desempenho foi ótimo, mantendo 60 FPS estáveis durante toda a gameplay. Os gráficos retros também ajudam na otimização, mantendo tudo mais fluido.

O que realmente é Rally Arcade Classics

Rally Arcade Classics não tenta ser um simulador. Ele é uma homenagem aos jogos de rally arcade que marcaram época. Sendo acessível e viciante.

O sistema de licenças dá um senso de progressão, os modos oferecem variedade, e o ciclo de corridas curtas e recompensas cria aquela vontade de jogar “só mais uma”. Para fãs do gênero, é um prato cheio de nostalgia. Para quem não é tão fã de corridas, é uma porta de entrada perfeita, sendo simples de entender e divertido de jogar.